Quando me foi pedido um pequeno contributo sobre o tema da participação democrática, o meu primeiro pensamento foi o de aqui explorar um pouco as claras distinções entre partidos de direita e de esquerda em Portugal. Ocorreu-me que, provavelmente, seria útil um debate sobre essa matéria, ainda para mais com a entrada do FMI no nosso país. Actualmente, muitos são os actores políticos que tentam impor as suas agendas, há muito “ocultas”, sob o desígnio e a “protecção” do manto da troika estrangeira.
Contudo, após alguma reflexão, veio-me à memória a manifestação da (suposta) “Geração à rasca”. O que significou aquele momento? Que consequências daí advieram? Lembrei-me, igualmente, da taxa de abstenção nas últimas eleições em Portugal: SUPERIOR A 50%!! Juntando 2+2, cheguei à seguinte conclusão: as pessoas andam desiludidas e desconfiadas com a política e com os seus intervenientes mais mediáticos. Poderia entrar aqui numa discussão prosaica para determinar quem, ou quais, são os culpados desta situação, mas não o vou fazer! E não o faço pelo seguinte: mais do que apontar o dedo a alguém ou a algo, devemos unir-nos em prol de algo “banal” no nosso quotidiano: a preservação do nosso sistema democrático! E não falo aqui em métodos eleitorais, em círculos uni ou plurinominais, em voto electrónico ou simples. Falo sim dos valores da igualdade de direitos e deveres, dos valores da liberdade de expressão, dos valores de acesso à educação e aos cuidados de saúde, falo daquilo que é uma cidadania plena num país democrático. Chamei-lhe “banal” porque, hoje em dia, não lhe damos o devido valor, nem o respeitamos como ele merece! Choca-me passar na rua e ouvir “vivas a Salazar!”; assusta-me ler opiniões sobre “os bons tempos da ditadura”; não quero viver num país onde não possa escrever este texto livremente! E, por isso, apelo à minha geração: participem no sistema democrático. Não confundam hipotéticas desilusões, que possam ter face aos partidos, com rancores perante os valores da democracia.
A taxa de abstenção nas urnas, destinadas aos eleitores mais jovens, é preocupante. Não podemos continuar a aumentar esta tendência. VOTEM!! A nossa geração tem pela frente um combate muito mais importante do que aquele que é travado no espectro partidário. O nosso combate vai ser feito ao nível dos direitos plenos de cidadania e da sua salvaguarda. Temos de dizer não à proliferação de extremismos que surgem perante as massas como “salvadores patrióticos”. Fazemos parte de uma geração que sempre viveu em liberdade, por isso temos o dever de a preservar e melhorar para os nossos filhos, netos e bisnetos dela usufruírem.
No dia 5 de Junho vão às urnas! Exerçam os vossos direitos numa lógica de salvaguarda da democracia. Mais do que isso, juntem ao vosso voto a vossa participação, o vosso contributo, seja nas juventudes partidárias, em associações ou em quaisquer outros órgão: exerçam a vossa cidadania. Não nos podemos esquecer que muitas gerações anteriores à nossa derramaram sangue, suor e lágrimas para conseguirem garantir estes nossos direitos…não os podemos desapontar!
Tiago Preguiça
Secretariado distrital da JS Ribatejo
Secretariado concelhio da JS Santarém
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