Neste momento em que um ano começa e outro acaba é tempo de balanço. Balanço que pode ser individual ou coletivo, profissional ou pessoal, mas como cada um melhor que ninguém falará do seu ano, eu falarei do ano coletivo que passou.
O ano
de 2012 foi marcado pela promessa de um mundo melhor que não veio, o
restabelecer da crise que apenas se agudizou. Um mundo de sonhos desfeitos,
miséria e de incapacidade para responder à crise. Portugal viu a sua mais bem
preparada geração de sempre sair aos milhares na busca de novos mundos e das
oportunidades que este país fechou. Um Governo sem soluções e que convida os jovens
a sair, não é um Governo de futuro para o país.
A
emigração tal como nos anos de 1960 é uma realidade, uma realidade para quem
quer fugir a um destino coletivo que parece caminhar para o naufrágio. Novos
são os mundos, agora Angola, Inglaterra ou Brasil estão entre os principais
países de acolhimento. Portugal, país de emigrantes e onde reinventamos muitos
dos caminhos dos nossos antepassados.
Existem
alternativas? Certamente que sim, o mundo dos sonhos terá de ser possível a
cada momento. A austeridade não é e nem pode ser a única solução, mas foi ela
que agudizou o ano 2012. Com salários reduzidos, mais desemprego e menos
oportunidades, muitos foram os que perderam a esperança e ficaram convertidos
ao pensamento que tenta ser dominante, onde os portugueses estão a sofrer pelos
erros que cometeram. E é nessa filosofia da “justiça moral” que encontramos
pensamentos como o de Isabel Jonet, que marcaram negativamente o ano, os
portugueses devem sofrer nessa lógica e a caridade é a única solução. Triste
sina viver neste pensamento.
A
nível internacional foi um ano muito importante. Obama continuou na presidência
para desconforto dos conservadores que não aceitam as suas discussões sobre o
serviço nacional de saúde ou do fim das armas. Mas Obama também é um sonho que
passou. A sua força de mudança afinal manteve tudo na mesma. Sonho que também
desaguou em tragédia na Primavera Árabe, como pudemos ver no caso da Síria, ou
da violência no Egito ou na Líbia. Atrás do sonho existe uma realidade bem
mais dura.
Quanto
ao concelho de Tomar, continua infelizmente a piorar. Um concelho sem rumo, sem
emprego, sem estratégia e onde tudo fecha. Em Tomar até os sonhos parecem
difíceis de cumprir, mas como diz o poema “o sonho comanda a vida”.
Hugo
Costa - Presidente da JS Ribatejo
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