A saúde para todos foi invocada na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. O National Healthcare Service
foi um grande exemplo para o mundo do pós II Guerra Mundial, um mundo
onde a igualdade ganhava cada vez mais preponderância no debate
político, académico e quotidiano. Num momento em que o Serviço Nacional
de Saúde (SNS) em Portugal sofre diariamente ataques ideológicos, é de
destacar esta escolha na cerimónia de abertura do grande certame do
desporto mundial. Esta foi, sem dúvida, uma chamada de atenção para
todos nós!
Do
ponto de vista económico, não pudemos colocar a saúde como um bem
público, tal como o mesmo é definido na Economia Pública (um bem público
é um bem não rival no consumo e onde a exclusão não é possível.),
apesar desse ser um erro comum. Trata-se, isso sim, de um Serviço
Público, com muitas externalidades positivas. Do ponto de vista
económico e social, é fundamental garantir a igualdade no acesso aos
bens de saúde sendo este, juntamente com a educação, o ponto central da
intervenção pública de um Estado democrático que defenda o bem comum,
com benefícios sociais para todos.
Em
Portugal a construção do SNS remonta ao “Despacho Arnaut” de 1978,
colocado em prática já no governo de Maria de Lurdes Pintassilgo em
1979. Contudo, hoje vivemos dias difíceis no sector. 42% dos portugueses
afirmam que não têm condições financeiras para ter cuidados de saúde.
Nestes dados, os custos e as dificuldades de acesso aos serviços (com
encerramentos e mais encerramentos) são variáveis que não podem ser
esquecidas.
A
privatização do sector, a desvalorização do factor trabalho
(enfermeiros a ganharem menos de 4 Euros hora, por exemplo) e os cortes,
cada vez mais cegos, são ataques à qualidade do mesmo. Enquanto
cidadãos, devemos defender intransigentemente uma Saúde de Qualidade
para todos, esbatendo ao máximo as terríveis desigualdades da nossa
sociedade!
Hoje, mais do que nunca, devemos reflectir sobre a mensagem transmitida na Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres!
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