25/02/13

Ceteris Paribus - O desespero da atual resposta europeia


O prémio nobel da Economia Paul Krugman publicou no ano passado, o livro “Acabem com esta crise já!”, onde o autor demonstra como esta crise pode ter solução e denuncia, ao mesmo tempo, como muitas das lições da História Económica e Política têm sido esquecidas na procura da solução. O Professor Krugman está longe der ser um perigoso esquerdista, mas compreendeu que tudo estava a ser feito negligenciando as lições do passado.

No contexto europeu, Portugal é um país periférico. O nosso país pelas suas especificidades históricas e económicas foi um dos principais afetados pela atual crise, a maior desde a de 1929.

O atual Primeiro-Ministro, não compreendendo a dimensão do problema na oposição, disse que este era apenas nacional. Agora, no poder, coloca o mesmo problema já integrado num contexto europeu e internacional. A verdade é que sendo necessária uma resposta europeia, parte da solução também está na coragem (ou falta dela) dos agentes políticos nacionais de reagir à crise. Sendo certo que este Governo falhou em toda a sua linha, permitindo uma situação económica e social perto da catástrofe.

A Europa vive nos dias de hoje uma crise profunda. Uma Europa refém de modelos de governação construídos para servir os mercados e não as pessoas. Uma Europa que vê o Reino Unido a afastar-se a cada dia que passa, uma Europa que não consegue ser dos cidadãos, mas apenas dos países dominantes. Uma Europa a precisar de construir uma verdadeira democracia europeia nas suas instituições.

Portugal deve fazer parte da solução e da resposta, assumindo uma posição activa. O Partido Socialista apresenta essa visão europeia e essa resposta, uma resposta que necessariamente alavanque um novo modelo de solidariedade europeia. António José Seguro nas suas viagens e contactos internacionais tem cumprido esse desígnio e apresentado propostas que apontam o caminho. Um caminho que só pode ser vencido quando a Europa compreender que nenhum país é uma ilha e que a resposta deve ser uma resposta concertada e desraigada dos habituais egoísmos nacionais.

A resposta está na defesa de uma sociedade que não exclua nem deixe ninguém para trás. Não esqueçamos que qualquer país europeu colapsará se todos os outros colapsarem, são assim as regras do comércio internacional.

Portugal com o atual modelo só agrava o problema das contas nacionais, num ciclo vicioso que não tem retorno. O que o pacto de estabilidade exige é o cumprimento dos 3% do défice e dos 60% da dívida pública em relação à riqueza do país. Assim só agravamos a situação.
Um país a ficar mais pobre (O Produto Interno Produto caiu 3,8%) e com o flagelo do desemprego a atingir todo o país. Um país que não cresce, não resolverá o problema das suas contas.

Portugal e o Sul da Europa vivem o desespero. Quando um pai ou uma mãe não consegue alimentar e dar dignidade aos seus filhos, o desespero é insuportável. Este desespero leva inexoravelmente ao populismo. E é esse desespero que vai ter de ter respostas quer na Europa, quer em Portugal. Senão soubermos dar a resposta certa, o futuro será imprevisível e o populismo fácil ganhará o seu espaço. A História assim o demostra.

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